A
gordura
subcutânea do corpo é aquela mais superficial, que fica próxima à
pele
– são os pneus no lado da barriga ou a gordurinha do “tchau” no braço. Já a
visceral fica escondida nas profundezas dos órgãos – e é bem mais associada a
problemas de saúde do que sua prima. “Ela pode afetar os órgãos locais ou o
corpo inteiro”, alerta o cardiologista Ian Neeland, da
Universidade do Texas, nos
Estados Unidos, em comunicado à imprensa.
Daí porque ele e outros especialistas resolveram averiguar o poder do
exercício
físico e o de remédios especificamente contra a tal gordura visceral
(ligada a casos de
diabetes,
hipertensão
e
doenças cardiovasculares em geral).
De acordo com Neeland, estudos que usam só o peso ou o índice de massa
corporal (IMC) como métrica de sucesso para um método de
emagrecimento
não dão a certeza de que a redução de medidas também repercutiu nas profundezes
do abdômen. Sua proposta, então, foi
revisar 17 estudos, com mais de 3 602 voluntários, focando-se
na porcentagem de gordura visceral eliminada com o uso de
remédios
ou de exercícios físicos.
Toda essa turma, além de pesada, realizou exames de tomografia
computadorizada ou ressonância magnética, que são capazes de medir o volume de
gordura visceral no corpo. Cerca de 65% dos participantes eram
mulheres,
com média de idade de 54 anos e IMC de 31 (número já associado à
obesidade).
As pesquisas incluídas nessa revisão acompanharam, sem exceção, os
voluntários por pelo menos seis meses. Alguns tomavam medicamentos – que eram
aprovados pelo
U.S. Food
& Drug Administration (FDA), órgão que regula esse tipo de
produto nos Estados Unidos –, enquanto outros se exercitavam pra valer.
Após toda essa análise, os cientistas constataram que os remédios de fato
resultam em uma maior queda no ponteiro da balança. Mas, para cada quilo
subtraído com a atividade física, mais gordura visceral ia embora do que com os
fármacos.
Em outras palavras, o levantamento sugere que a malhação queima mais gordura
visceral por quilo perdido do que os comprimidos.
Recentemente, algumas pesquisas vinham mostrando que a alimentação e os
tratamentos médicos derretem mais banha em geral, quando comparados à atividade
física. “Mas a localização e o tipo de gordura são importantes. Se você apenas
olhar para a balança, pode subestimar o benefício para a saúde do exercício”,
conclui Neeland.
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